VIVEIRO DE PLANTAS VERDE EM FOLHA 

Orquídeas

 

Apresentando a família Orchidaceae

 

As Orchidaceas, ou, como são conhecidas, as orquídea, representam, muito provavelmente, a maior família das angiospermas (plantas que produzem flores, frutos e sementes). 

 

 

Até a atualidade já foram descritas mais de 50.000 espécies.  As orquídeas encontradas na natureza apresentam-se nas mais variadas formas, dimensões, cores e texturas, sendo conhecidas desde plantas de pequeno porte, com flores do tamanho de uma cabeça de alfinete,  até plantas com mais de dois metros de altura e com hastes florais que chegam a atingir um comprimento de até três metros ou mais. 

 

Podem ser encontradas em várias partes do mundo, desde o Ártico até os Trópicos, ocorrendo a maior concentração e abundância  de gêneros e espécies nas regiões mais quentes e úmidas do globo, principalmente nas florestas tropicais americanas, onde as noites são abafadas, apresentando alto teor de umidade. 

 

 

Podemos dividi-las, basicamente, em quatro grupos distintos, conforme seus hábitos vegetativos peculiares, sendo aquelas que se desenvolvem na terra denominadas de terrestres; as que crescem sobre as árvores apresentando raízes aéreas, conhecidas como epífitas; as rupestres, quando se desenvolvem sobre paredões rochosos ou regiões pedregosas a pleno Sol; e como saprófitas, aquelas desprovidas de clorofila, que se nutrem de restos vegetais e animais em decomposição. 

 

Apresentam duas formas básicas de crescimento: as orquídea simpodiais desenvolvem-se em um eixo cujo crescimento cessa no fim de cada  estação (Cattleya, Dendrobium); as monopodiais apresentam um caule que se desenvolve continuamente ano após ano, produzindo hastes florais a partir das axilas das folhas, ou opostas a elas (Phalaenopsis, Vanda). 

 

 

Encontramos as orquídeas desde o nível do mar até mais  de  4000 m.  de  altitude, sendo  mais freqüentes nas altitudes entre 500 e 2000 m.  

 

 

Apesar das orquídea apresentarem as mais variadas formas, cores, texturas, todas elas podem ser englobadas numa única família devido ao fato de apresentarem uma estrutura floral idêntica.  

 

 

As orquídea são plantas monocotiledôneas, caracterizadas pela presença de um único cotilédone, apresentando nervação paralelinérvea e flores com partes florais em número múltiplo de três. 

 

 

Numa flor típica de Orquídea encontramos sempre três sépalas (verticilo externo), três pétalas (verticilo interno), embora algumas vezes estas partes possam aparecer em formas fundidas ou razoavelmente reduzidas. Uma das pétalas se mostra de forma diferente das outras, quase sempre maior e mais vistosa, o labelo; geralmente a flor se desenvolve de tal forma que o labelo é o segmento inferior. Projetando-se da parte central da flor, percebe-se um órgão carnudo e claviforme, o ginostêmio  ou coluna,  resultado da  fusão  dos  órgãos  masculinos (estames) e femininos (carpelos). A antera se localiza no extremo da coluna,     onde se alojam os grãos de pólen, agrupados em duas a oito massas (políneas). Abaixo da antera, numa pequena depressão de superfície viscosa, localiza-se o estigma, órgão receptivo feminino, onde as políneas são depositadas no ato da polinização. O ovário localiza-se sob a coluna e após a fecundação, se desenvolve dando origem ao fruto, em forma de cápsula, onde ficam alojadas milhares de sementes, semelhantes ao pó de talco.  Estas descrições genéricas, no seu conjunto, basicamente caracterizam uma Orquídea.

 

 

A classificação da família Orchidaceae, bem como de outras famílias botânicas, não é definitiva.  Atualmente as espécies conhecidas são divididas em subfamílias,  divisões, tribos,  séries,  subséries,  subtribos,  gêneros e espécies.

 

 

As orquídea que apresentam características vegetativas semelhantes são colocadas num mesmo grupo. As plantas de uma mesma espécie são naturalmente semelhantes, podendo apresentar variações simples nas flores como a cor ou o tamanho; já os gêneros apresentam diferenças mais pronunciadas entre si.  

 

 

De acordo com o sistema de nomenclatura botânica, as plantas são identificadas por um nome genérico e outro restritivo específico. Como exemplo: Cattleya mossiae, onde o primeiro nome define o gênero, Cattleya, e o segundo a espécie, mossiae (os nomes científicos sempre latinos ou latinizados). Para indicar algumas leves variações na cor, no tamanho, na forma, na textura ou no modo de desenvolvimento vegetativo, algumas espécies de orquídea tomam um nome adicional para a variedade (como exemplo podemos citar a Cattleya mossiae var. wagneri). As variações nas espécies cultivadas são indicadas, na forma impressa, em caracteres romanos entre aspas, depois do nome latino da espécie, que é impresso em itálico (Cattleya mossiae “Linden’s Champion”). Um x minúsculo impresso entre o nome genérico e o epíteto específico indica que trata-se de um híbrido natural (Calanthe x  veitchii). Um X maiúsculo entre o nome de duas espécies  (Cattleya mossiae X Cattleya warscewiczii) indica um cruzamento artificial.  

 

 

Um dos grandes fascínios que levam as pessoas a se dedicarem ao cultivo das orquídea é a possibilidade que estes singulares vegetais nos propiciam no sentido de tomarmos parte ativa no processo criativo da natureza, elaborando cruzamentos entre espécies e gêneros através da polinização, objetivando a obtenção de plantas com as características mais desejadas.  

 

 

A polinização nas flores das orquídea é realizada, por regra, na forma de cruzamentos, onde os agentes polinizadores, frequentemente insetos, são forçados pela estrutura complexa das flores das orquídea, a carregarem consigo as políneas e as depositarem no estigma de outra flor ou da mesma flor da qual foram retiradas as políneas quando das suas investidas a procura de alimento. Ocorre auto-polinização em cerca de 3% das orquídea. Nestes casos, um mecanismo de adaptação leva o caudículo das políneas a curvar-se para baixo, obrigando a contactarem com o estigma.  

 

 

A hibridação entre as orquídea se dá quando do cruzamento entre duas espécies de orquídea, podendo acontecer entre plantas do mesmo gênero (é o que ocorre mais frequentemente na natureza) ou entre gêneros diferentes, e ocorre no instante em que o pólen de uma flor é transferido para o estigma da outra, desencadeando o desenvolvimento do fruto e a produção de sementes viáveis, dando origem a uma descendência similar às plantas cruzadas entre si.  

 

 

Quando ocorre o cruzamento entre plantas de gêneros distintos, o resultado do cruzamento recebe nova designação genérica, recebendo um novo nome, composto de partes dos nomes dos gêneros antecessores. Assim, um cruzamento entre os gêneros Brassavola x Cattleya recebe o nome de Brassocattleya, ou na forma abreviada (Bc.). Nos casos em que houver mais de dois gêneros envolvidos nos cruzamentos, procede-se da mesma maneira, ex: nos cruzamentos entre os gêneros Brassavola x Laelia x Cattleya, denominamos o novo nome genérico composto do nome  dos   gêneros antecessores, no caso,  Brassolaeliocattleya,  ou abreviadamente (Blc.), podemos também designar estes cruzamentos de uma forma mais simples, evitando a complexidade e a extensão de se relacionar os diversos nomes dos gêneros envolvidos num mesmo cruzamento, adotando-se um novo nome genérico, cuja terminação é sempre ara. Assim, Cattleya x Brassavola x Laelia x Sophronitis = Potinara ou na forma abreviada (Pot.). À descendência de qualquer cruzamento dá-se o nome de híbrido e nomes particulares, e não existindo duas plantas exatamente iguais, adotamos o nome cultivar para indicar pequenas diferenças notadas em plantas oriundas de um mesmo cruzamento. Ex: Pot ‘Edwin Hausermann’, resultado do cruzamento de quatro gêneros entre Blc. Mem. Crispin Rosales X Slc. Kermit Hernlu.

 

 

Pelo mundo afora as orquídea despertam a paixão e o interesse de milhares de aficionados colecionadores, cientistas e admiradores, existindo também sociedades organizadas que se dedicam a estudar esta magnífica planta com os mais variados fins, desde a busca da obtenção de plantas mais selecionadas, com características “comerciais”, até a procura de novas fragrâncias para os perfumes criados pelos mais exigentes mestres da perfumaria, passando pela área da industria alimentícia e acenando com a possibilidade de aproveitamento na área da medicina. 

 

 

Hoje em dia as Sociedades Orquidófilas cumprem com o papel mais importante no sentido de divulgar informações a respeito desta magnífica planta, promovendo exposições e encontros entre seus associados, onde o interesse comum, as orquídea, torna possível o convívio harmonioso entre todos, independente das diferenças sociais, culturais, materiais, raciais ou religiosas dos associados. Uma das mais tradicionais sociedades orquidófilas do mundo é a conhecida The Royal Horticultural Society, com sede em Londres, no Reino Unido, responsável pelo registro dos híbridos de orquídea do mundo inteiro.  

 

 

 

Muito mais que um hobby, o cultivo de orquídea pode significar um empreendimento lucrativo. A beleza das flores desta planta singular sempre encontrará lugar na preferência dos consumidores mais exigentes, por outro lado, as técnicas de produção, cada vez mais sofisticadas, garantem preços competitivos, colocando as orquídea em posição de destaque no mercado de plantas ornamentais.  

 

 

A    importância de se cultivar  orquídea reside no fato de que elas podem despertar o interesse das pessoas para o valor da natureza como um todo. Num país como o Brasil, onde elas ocorrem em certa abundância, devemos velar por elas como se fossem um tesouro, o mais valioso deles todos, o tesouro da vida tal qual a natureza se esforça em cuidar, a herança mais bela que poderemos deixar para as gerações futuras.    

 

 

No Brasil podemos encontrar uma grande variedade de orquídeas, dentre as quais vale destacar os gêneros: Acacallis, Aganisia, Aspasia, Bifrenaria, Brassavola, Catasetum, Cattleya, Cirrhaea, Colax, Comparettia, Coryanthes, Cryptophoranthus, Cycnoches, Cypripedium, Cyrtopodium, Diacrium, Elleanthus, Epidendrum, Eriopsis, Galeandra, Gomeza, Gongora, Govenia, Grobya, Houlletia, Huntleya, Ionopsis, Laelia, Leptotes, Lockhartia, Masdevallia, Maxillaria, Miltonia, Mormodes, Octomeria, Oncidium, Ornithidium, Ornithocephalus, Paphinia, Pleurothallis, Promenaea, Rodriguezia, Shomburgkia, Scutucaria, Sigmatostalix, Sobralia, Sophoronitis, Stanophea, Stelis, Tetramicra, Trichocentrum, Vanilla, Xylobium, Zigopetalum.  

 

 

Apesar de termos certa abundância de gêneros e espécies de orquídeas encontradas no nosso continente, especialmente na América Central e do Sul, pelo outro lado do mundo podemos nos deparar com não menos belas e abundantes espécies de orquídea, sendo das mais conhecidas as dos gêneros Dendrobium, Phalaenopsis, Vanda, Cypripedium ( Orquídea sapatinho ), entre tantas outras que hoje podemos encontrar facilmente em qualquer boa floricultura, em vários países pelo mundo afora, de tão “cosmopolitas” que já se tornaram algumas delas.  

 

 

O cultivo  

 

 

Muitas pessoas se dizem incapazes de cultivar uma orquídea, admiram sinceramente as pessoas que conseguem, ano após ano, obter floradas cada vez mais abundantes de suas plantas e acabam frustradas no seu desejo de também quererem desfrutar de uma relação mais íntima com a natureza e as suas maravilhas.  

 

 

A crença errada de que as orquídeas são plantas extremamente frágeis e de difícil trato, se justifica pela falta de informação por parte das pessoas, a respeito das peculiaridades deste magnifico vegetal.  

 

 

As orquídeas são consideradas plantas das mais resistentes, apresentando mecanismos de armazenamento de energia e de água, dos mais evoluídos do reino vegetal.  

 

 

Inicialmente, a fim de obtermos o sucesso com o cultivo de qualquer gênero e espécie de orquídeas, devemos ter em conta qual o gênero e espécie de planta a qual estamos interessados em cultivar, afim de verificar quais são as suas características vegetativas no seu ambiente natural, objetivando as reproduzir, o mais fidedignamente possível, no ambiente o qual temos disponível para o seu cultivo.  

 

 

 Os cuidados  

 

 

A  maioria das orquídeas  requer tratos culturais semelhantes, os quais podemos destacar:  

 

 

Regas - devem ser regulares, de acordo com a umidade relativa do ar no local de cultivo (um orquidófilo dedicado procura manter a umidade atmosférica no local do cultivo das suas plantas, entre 80 e 90%), objetivando manter a planta sempre umedecida, mas  não  encharcada.  Na prática, basta  observar se o  substrato  da  planta (xaxim, fibra de coco, casca de árvore, etc.) apresenta-se umedecido, caso contrário, já é hora da planta ser regada novamente;  

 

 

Adubação - a adubação das orquídeas sempre suscitou polemica. Uns dizem que não devemos usar nada além do que possa ser oferecido pelo próprio substrato utilizado. Outros são unânimes em louvar os benefícios da adubação feita com torta de mamona em doses homeopáticas. O certo é que de uma forma ou de outra, as orquídeas necessitam, como todas as outras plantas, de nutrientes como N,P,K e micro nutrientes, dando mostras disso na natureza, obtendo da “poeira” depositada nas suas folhas, dos restos vegetais deteriorados depositados por sobre as suas raízes, e das partículas em suspensão na água sorvida do meio ambiente, os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Hoje em dia podemos encontrar no mercado adubos específicos para o uso em orquídeas, bastando acompanhar a dosagem recomendada de acordo com as especificações do fabricante;  

 

 

Luminosidade - é fundamental que a planta receba a luminosidade sem no entanto estar exposta diretamente aos  raios do Sol, lembrando que é só através da fotossíntese que as plantas conseguem processar a energia necessária para o seu crescimento (salvo as plantas denominadas saprófitas). No caso de dispormos de locais que recebam os raios solares pela manhã, a partir das 7:00 até as 10:00 horas (horário oficial), podemos deixa-las sob este “banho” benéfico de Sol, tratando para que depois deste período elas sejam removidas para um local mais protegido. De forma genérica, deve-se dar às orquídeas cerca de 50% da luminosidade exterior.  

 

 

Para aqueles dispostos a investir um pouco mais para propiciar as mais adequadas instalações às suas plantas, indicamos o sombrite, tela especial para bloqueio da incidência direta dos raios solares.;  

 

 

Temperatura - a temperatura ideal deve variar em torno dos 15° a 30° graus C.;  

 

 

Ventilação - um ambiente abafado onde há a dificuldade de circulação das correntes de ar, certamente não é o mais recomendado para as orquídeas. Por outro lado, a exposição às ventanias pode ser prejudicial pelo fato destas ressecarem as plantas. Um local arejado deve ser preferido. O vento Sul deve ser fator de preocupação para aqueles que desejam construir uma estufa, devendo esta ser construída em local resguardado de suas influências.  

 

 

Para facilitar a nossa abordagem, discorreremos a respeito das particularidades do cultivo das orquídeas epífitas e das orquídeas terrestres, uma vez que englobam a maioria, para não dizer a quase totalidade, dos gêneros cultivados, quer por amadores, quer por estabelecimentos comerciais especializados no ramo, o que nos será o bastante para que possamos iniciar os nossos tratos culturais com segurança, quando da manutenção, plantio, e cultivo de nossas orquídeas, em casa ou no nosso orquidário.  

 

 

O cultivo das epífitas  

 

 

               As orquídeas denominadas como epífitas são as que apresentam raízes aéreas, ou seja, raízes que se desenvolvem por sobre a superfície do substrato, e que em alguns casos se mostram pendentes. Erroneamente consideradas pelo público leigo como parasitas, estas plantas, na maioria dos casos, vegetam nas partes mais altas e arejadas das árvores habitantes das florestas úmidas, ou mesmo das matas ciliares, sobre seus troncos ou galhos, ao abrigo da incidência direta dos raios solares, nutrindo-se da matéria orgânica ali depositada (restos de folhas secas em decomposição, insetos mortos, poeira, etc.), através da absorção destes nutrientes, juntamente com a água,  realizada pelas suas raízes, folhas e pseudobulbos.  

 

 

Para obtermos sucesso com o cultivo das orquídeas epífitas é necessário que tenhamos em mente, que em seu habitat natural elas se desenvolvem nos locais onde a umidade relativa do ar permanece por volta de 60% (mínima), isto porque suas raízes, juntamente com as folhas e pseudobulbos, funcionam de certa forma como “esponjas”, absorvendo e retendo água do meio circunvizinho. Logo, é importante que a planta seja cultivada em locais que possam atender estas condições ideais de umidade.  

 

 

Outro fator não menos importante se refere à escolha do substrato. Na natureza,  como podemos verificar, estas plantas se desenvolvem sobre superfícies secas ( troncos das árvores ), orientando o desenvolvimento de suas raízes na busca dos locais mais úmidos, geralmente as fendas ou estrias do tecido lenhoso que reveste as cascas da árvores. Um dos mais usados e conhecidos substratos é o xaxim*, que oferece as condições necessárias para o cultivo das orquídeas, pelo fato de se apresentar como suporte rígido para a planta, bem como pela sua capacidade de reter e armazenar água em níveis suficientes para o desenvolvimento das orquídeas. Podemos utilizar o xaxim de varias formas: os vasos, as placas ou em pedaços para servir de suporte para as orquídeas que serão plantadas em vasos. Outros substratos comumente usados são: fibra de casca de coco, cascas grossas de árvores e a cortiça.  

 

 

*Vemos figurar o xaxim como o substrato mais conhecido e usado no cultivo de orquídeas. O ato indiscriminado da prática de extrativismo da Diksonia sellowiana “Samabaiuçu-imperial” , faz figurar a planta na lista de espécies brasileiras sujeitas a um perigo imediato de extinção, justamente para alimentar a industria de produção de artefatos de xaxim. Conscientes da importância de se preservar esta espécie vegetal, entre outras opções, podemos fazer uso como substrato, da fibra de coco, que além de oferecer às orquídea boa parte dos nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, é um produto altamente ecológico, sob o ponto de vista de que está continuamente sendo reposto pela natureza, sem a  destruição do  seu agente fornecedor, o coqueiro, uma vez que se faz uso do fruto, o coco, como matéria prima para o produto. Hoje em dia podemos encontrar facilmente este produto, já industrializado, à venda em floriculturas e casas do ramo.   

 

 

O cultivo das terrestres

 

 

As orquídeas conhecidas como terrestres, genericamente, são aquelas que se desenvolvem sobre o chão, apresentando sistema radicular subterrâneo, sendo encontradas, geralmente, nas matas úmidas (matas ciliares, prados úmidos, terrenos alagadiços, mangues, lodaçais, etc.), à “meia sombra” proporcionada pelas copas das árvores, sobre o chão, próximas a locais onde o terreno se apresenta  permanentemente encharcado, onde a umidade do solo se mantém acima dos 65% durante todo o ano, assegurando à planta, mesmo nas épocas de estiagem, a água e a umidade necessárias para o seu desenvolvimento - pois não possuem pseudobulbos para armazenar água -, alem do fato de que as suas raízes não devem se ressecar, o que poderia provocar a desidratação da planta, levando-a, mesmo, à morte.

 

 

O fato de serem designadas como orquídeas terrestres, não significa que elas se desenvolvam somente sobre o substrato terra. Algumas orquídeas consideradas terrestres, como a Epipactis dunensis, desenvolvem-se sobre a areia, no caso, sobre as dunas ao longo das costas norte e oeste da Europa, subsistindo graças aos seus rizomas profundos, que penetram na areia compactada dos solos da região, procurando a umidade ao redor dos tufos de vegetação nativa.  

 

 

Podemos mencionar, considerando ainda as orquídeas terrestres,  a ocorrência de espécies subterrâneas australianas, que se desenvolvem no subsolo, sendo desprovidas  de  clorofila - a  exemplo  da Rhizanthella gardneri - desenvolvendo-se em simbiose com fungos, podendo apresentar floração abaixo da superfície do solo.  

 

 

No mercado encontramos alguns gêneros de orquídeas terrestres, tais como o Cypripedium - Orquídea sapatinho -, Habenaria, Cymbidium, Spiranthes, Calopogon Goodyera, Corallorrhiza , Neottia , entre outras.  

 

 

 Um dos fatores fundamentais para o sucesso com o cultivo das orquídeas terrestres, é termos em mente que devemos, ao máximo, tentar reproduzir as condições específicas dos locais onde elas se desenvolvem naturalmente, o seu habitat natural.  

 

 

As orquídeas terrestres são plantas mais exigentes com relação ao cultivo do que as suas “irmãs” epíftas. Umas das razões se deve ao fato de que as orquídeas terrestres são muito sensíveis às variações de temperatura e umidade, além de, muitas vezes, não resistirem ao transplante.  

 

 

O sistema radicular das orquídeas terrestres deve ser objeto de atenção. As raízes devem estar sempre sob o substrato, ressecando-se com facilidade quando expostas.  

 

 

Os vasos de barro são os mais indicados para o cultivo das orquídeas terrestres, e ainda podem vir acompanhados de um prato retentor do excesso de água oriundo das regas, que em muito pode nos ajudar a manter o substrato sempre úmido.  

 

 

O substrato das orquídeas terrestres, como o próprio nome sugere, é a "terra", de preferência a mesma encontrada no habitat da espécie a ser cultivada, podendo ser mais ou menos arenosa, com maior ou menor teor de matéria orgânica, onde podemos incorporar, no momento do plantio, pó de xaxim, terra vegetal e húmus.  

 

 

Existem muitos gêneros de orquídeas terrestres cultivadas nos grandes orquidários do país, às quais podemos nos dedicar ao cultivo. Devemos procurar cultivar aquelas mais conhecidas antes de nos arriscarmos ao cultivo de alguma espécie silvestre, ainda mais se algum dia tivermos a pretensão de coleta-las, ato que deve ser evitado, só se justificando em condições em que a integridade do vegetal esteja ameaçada, quer seja pela ação predatória do homem em seu habitat, quer seja nas condições de “salvamento” de alguma espécie sujeita à extinção em seu estado natural, sempre sob autorização do órgão ambiental competente.    

 

                  Os procedimentos para o plantio de uma muda de orquídea terrestre seguem basicamente todas as etapas descritas no plantio das orquídeas epíftas , com a exceção de que o substrato usado é a terra, ou solo composto de terra, restos vegetais em decomposição, e em alguns casos, pedras.

 

 

Dúvidas e informações: 

 

 

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